sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um monte de letras...

As palavras movem moinho. A cada fala ou escrita denomina ações que podem agradar ou ferir na mesma intensidade, com suas regras de pontuação. Certa vez, um ser humano muito sábio me falou que “as palavras são cristais que, quando uma fez proferida, devem ser embaladas num papel bonito e dada de presente. Não podendo ser atirada, pois esse cristal pode ferir ou arranhar.” Sendo assim, vemos como a comunicação evoluiu nossas gerações, como elas se moldam a cada dinastia, a cada século. Pacificações surgem através de um bom argumento, assim como guerras podem ser disseminadas por meio de uma declaração.

As palavras, a cada sílaba, com suas regras de pontuação, deixando claro o que se quer dizer ou escrever, acalenta nossas almas, embala nossas noites, corteja os momentos de euforia ou agonia. Através de um conto, podemos conhecer pessoas e mundos tão distantes, mas que se torna tão próximo, perceptível aos nossos olhos. Conhecemos agruras de uma revolução, observamos transformações políticas, expressamos nossas opiniões, vagamos por conquistas históricas, dissertamos construções faraônicas. Um meio disso é ouvir os mais antigos, ler um bom livro, pesquisar acontecimentos fatídicos nos arquivos públicos ou virtualmente. Uma biblioteca(pena que perdemos tantos acúmulos de palavras, ou seja, obras homéricas da Biblioteca de Alexandria), uma livraria, repartições voltadas à leitura e ao conhecimento, ali moram as palavras raras e os neologismos.

Elas, as palavras, são donas de várias faces, ganhando formas nos mais vastos e variados lugares do mundo, quisá de galáxias distantes. Mistura-se nas línguas, vem naquele modo de falar, na gesticulação do rosto, perpassando pelo corpo, como numa coreografia que se torna audiovisual o tempo todo. Uma Torre de Babel numa película de Felline ou com Direção de Tim Burton.
Que possamos buscar aprender mais sobre as palavras, que descubramos onde e como usá-las. Que acordemo-nos para uma sensibilização de se apropriar dos significados de cada uma delas. E que sobre a regência desses signos, possamos semiotizar sobre suas junções poéticas, dissertativas, descritivas ou apenas em forma de lembrete.
Do mais, só isso!!!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ela...




Quem é essa moça?

vestida de preto,

de olhos marcantes,
de sapatos vermelhos.



Quem é essa moça?
de laço vinho no cabelo,



com cara de vergonha mas um tanto sem pudor.




Quem é essa moça?

que brinca de mulher num corpo de menina,

que domina na hora que quer e que se faz de frágil só para tirar uma onda.




Quem é essa moça? definida como faceira

onde todos a chamam de Lynn,

que de tão bondosa se torna perversa.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Marítimo...



Há um barco na beira da praia,
todo de madeira gasta pelo tempo.
Entre aqueles pregos, existem infinitas
histórias penduras, não vistas a olho nu.

Nesse transporte que flutua em águas
tranquilas, me deito. Me acomodo de modo
estirado, com os olhos voltados para o Céu. Azul celeste. Aberto. Claro e limpo, como aquelas águas.

As nuvens me mostram formas mapeadas, onde pareço encontrar esperanças, ditando quantos passos devem seguir em busca ao tesouro. Enquanto percorro esse caminho branco que tende a me levar ao equilibrio, deixo naquela areia da praia aquilo que aflinge, que corroi, que tira o sossego, que sufoca. Nesse instante, sinto-me acalentado pelo vai e vem das ondas. Ponho-me a navegar. E assim, sou cortejado por cardumes de mais variadas espécies.
O barco lento, num dia tão azul, ele vai, ele vai, o barquinho vai...vai...vai...vai...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

De minuta



Imagine uma rua, muito movimentada. Nela há uma pessoa, parada, nem sequer move um dedo. Apenas ali olhando cada fato, cada lugar, com detalhesa "olhística". E as pessoas passam, falam tudo delas e nem sequer percebem a pessoa inanimada. Os animais que por ali passam, observa aquele ser estático, fazem cara de pidão, mas de nada adianta. O ser fica imóvel. Nesse instante, uma lágrima cai do olhos desse ser, que é tão humano. E dali, só esta imagem fica: pessoas passando, falando oq querem, cosmopolita inibição de sentimentos, caos...e um cachorro a ver o ser parado deixando lágrimas abafadas caírem de seus olhos.

domingo, 1 de março de 2009

De Mãos Dadas...

Instrumental - Relaxante De La Nature

No encostar a cabeça sobre o travesseiro,
a sua imagem vem a minha mente.
E começo a te agradecer, como numa espécie de
mantra ou como numa fervorosa oração.
E assim, o meu “muito obrigado” vai para o seu querer de estar
ao meu lado;
De dividir planos, conversas, sentimentos, projetos.
De ser cúmplice e por me ofertar a verdadeira amizade.
Pela maneira que me olhas e me transmite mensagens ocultas
que se tornam tão claras e objetivas através do modo como
movimentas as pálpebras, sem precisar proferir uma só sílaba.
Por segurar minha mão numa troca de energias, transmitindo força
e segurança, me guiando por guetos e vielas, onde me sinto como um
presente lhe dado pelo Amor.
Pelo toque do seu rosto contra o meu, com aquele leve sorriso envolvente e os olhos fechados como se guardasse meu coração ali mesmo, dentro daquelas retinas.
Agradeço por seu abraço, Ah! O abraço, onde repouso e me renovo, como em uma cápsula feita por um curandeiro utilizando a pérola em pó como elemento revigorante.
Pelas brigas homéricas, como em um teatro grego, cuspindo palavras de baixo calão, xingando até a última geração, mas que no término do “terceiro round” vem aquela gargalhada e um sentido de que tudo não passou de uma piada mal contada.
E dessa odisséia de emoções, surge aquela mão agressiva ao longo do dorso, corpo a corpo como em uma arte marcial milenar, o fôlego dispara como uma rachada de metralhadora, os olhos se encontram como que contemplando uma escultura nunca antes vista, os lábios se tocam como se provasse o melhor dos temperos, e o ato parece um espetáculo de luta e expressão corporal, que no final se torna como uma imagem utilizada para ilustrar uma poesia.
Agradeço-te por que fazes parte de mim, não de um todo, mas do núcleo desse todo. Agradeço – te por que me amas o tanto, ou mais, que eu te amo. Pois nos sentimos um só. Sentimos-nos únicos. Aprendendo com suas qualidades e com os teus defeitos. Vivendo na margem daquilo que me proporcionas. Te desejo, te quero, te tenho! És livre, és pulsar, és uma continuação de mim.