terça-feira, 11 de maio de 2010

Mr. M. Polasch.


Num final de tarde, no Boteco de Beco, Seu Mané observava os raios solares refletirem o chão de cimento batido do local. Logo, começou a divagar no traçado luminoso que se formara no ambiente.


No canto do rosto, um sorriso monalístico, uma respiração profunda e um olhar voltado para o copo de água mineral gaseificada. Lembrou que ouviu de alguém que disse que ele não soube amar, que desperdiçou seu tempo achando que amava; que tinha a tal essência amorosa, mas que ficou na lacuna acerca desta questão. Criou expectativas em suas amizades e quem cria expectativas acaba brincando com fogo, e quem brinca com isto se queima. Tentou afastar-se por achar que causaria um “mau” tremendo na vida daqueles que o cercavam, Tolo Mané, devia ter “tirado onda” e se divertido mais. No auge de sua idade, foi descriminando o que era amigos e amigas dos que eram colegas. Divisão insensata para ele que tem um prisma de mundo onde tudo deve estar em equilíbrio, onde a fraternidade existe, onde amores são possíveis e aventuras de mochileiros são bem vindas.


Mas o Mané, mais conhecido como Manezão (poucos o chamavam de Marimado Polasch), se ateve em seus defeitos, dos quais lhe tornava um monstro, bom! Para ele era isso. Sua forma serena, com aquele leve toque de sarcasmos ditava que tipo de aproximação era permissivo aquele homem. Seu jeito infantil incomodava aos maduros de sua contemporaneidade. Era uma espécie de criança que ficou adulta, agia como um adulto, mas tinha seus rompantes de criança. Que, segundo ele dizia, Ser criança não é a mesma coisa de ser infantilizado. Seu modo chato e estressado com coisas banais – para a maioria – o tirava do eixo, pois ele se preocupava muito, queria ajudar muito. Intensidade já era algo para eliminar, pensava ele. Tinha dias em que o querido Mané chegava com um sorriso largo, esbravejando que aquele dia é tudo por sua conta, trazia seu violão e soltava aquela voz grave e fortemente sonora com canções belas. Mas, tinha dias em que chegava calado, sem querer atrapalhar a “alegria” do local, passava despercebido. Inconstante ser era Seu Mané, isso o tornava fora de qualquer rotina; também era previsível, o que se tornava intragável, mas quando vinha com algo novo era novidade das grandes, boas e divertidas.


Onde todos pediam mais humanidade, ninguém chegou a notar o ser humano naquela cadeira de madeira de lei, com sua camisa de botão azul, sua calça jeans e seu Allstar preto, tamanho 45. Morava na esquina do Boteco do Beco. Um apê modesto, mas bem aconchegante. Tinha uma sala que contrastava o rústico com o que se tinha de mais moderno. Um quarto com muitos livros. Uma cozinha que tinha um cheiro permanente de macarrão instantâneo. Sentia-se sozinho, mas orava e logo se sentia na presença Divina. Meditava e fazia Tai Chi Chuan todas as manhãs.
Assim, depois de uma turbulência, os amigos que ele amava, muitos partiram... Não de cidade, de local, o do visitado boteco, mas de seu cotidiano. Poucos ficaram, mas intoleravam o modo do Marimando Polasch. Com isso, tratou de ...


(Agora é com você! termine o texto da maneira que lhe convém, vou esperar ansioso pelo final do Querido Manézão. Adcione seu texto em comentários!! ^^).