Há um barco na beira da praia,
todo de madeira gasta pelo tempo.
Entre aqueles pregos, existem infinitas
histórias penduras, não vistas a olho nu.
Nesse transporte que flutua em águas
tranquilas, me deito. Me acomodo de modo
estirado, com os olhos voltados para o Céu. Azul celeste. Aberto. Claro e limpo, como aquelas águas.
As nuvens me mostram formas mapeadas, onde pareço encontrar esperanças, ditando quantos passos devem seguir em busca ao tesouro. Enquanto percorro esse caminho branco que tende a me levar ao equilibrio, deixo naquela areia da praia aquilo que aflinge, que corroi, que tira o sossego, que sufoca. Nesse instante, sinto-me acalentado pelo vai e vem das ondas. Ponho-me a navegar. E assim, sou cortejado por cardumes de mais variadas espécies.
O barco lento, num dia tão azul, ele vai, ele vai, o barquinho vai...vai...vai...vai...